quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Calendário de Advento - Dia 13

A Verdadeira História de Papai Noel - Parte II


DE SÃO NICOLAU À SANTA CLAUS

Os primeiros europeus que chegaram à América trouxeram consigo a figura de St. Nicholas. Vikings dedicaram a ele a catedral erguida na Groenlândia e Colombo denominou “St. Nicholas” um porto haitiano, em seis de dezembro de 1492.
Na Europa, entretanto, a figura de St. Nicholas perdeu alguma popularidade durante a Reforma Protestante do século XVI, que apagou o brilho dos santos. Mas, mesmo com os reformadores e contra-reformadores tentando excluir das tradições cristãs os costumes relacionados a St. Nicholas, o sucesso deste movimento foi de pequena duração. (Na Contra-reforma, a igreja romana procurou transferir a característica de doador de presentes de St. Nicholas ao Menino Jesus, passando a data de tal tradição para 25 de dezembro, costume que acabou se implantando mais fortemente nos países de cultura hispânica). Em solo europeu, somente na Inglaterra, as tradições populares religiosas do Natal foram alteradas permanentemente. Na Europa continental, o amor do povo comum a St. Nicholas sobreviveu e as pessoas continuaram a colocar nozes, maçãs e doces nos sapatos ao lado das camas, nos parapeitos das janelas e sob as lareiras.
Os colonos que vieram para a América no período pós-reforma eram, principalmente, puritanos e outros protestantes, que não trouxeram as tradições de St. Nicholas ao Novo Mundo. Mas após a Revolução Americana, os nova-iorquinos recordaram, com orgulho, suas raízes holandesas quase esquecidas. John Pintard, patriota e antiquário influente, fundou a sociedade histórica de New York em 1804 e promoveu St. Nicholas a santo-patrono da sociedade e da cidade. Em janeiro de 1809, Washington Irving juntou-se à sociedade e, no Dia de St. Nicholas daquele ano, publicou uma história fictícia e satírica a respeito do bispo, enfatizando tanto o caráter alegre de Nicholas, que acabou tornando-o semelhante a um elfo holandês, com um cachimbo de barro. 
Em 1823, um poema de um professor universitário, Clement C. Moore, enalteceu a aura mágica que Irving havia criado para a personagem, trocando o cavalo branco por renas que puxavam um trenó. Posteriormente, outros artistas e escritores continuaram transformando St. Nicholas no duende Santa Claus (uma natural alteração fonética do alemão Sankt Niklaus ou do holandês Sinterklaas) e ao longo do século XIX, ele teve diferentes tamanhos, vestimentas e expressões, desde um gnomo jovial até um homem maduro de aspecto severo. Em 1862, o desenhista norte-americano de origem alemã Thomas Nast realizou a primeira ilustração de Santa Claus descendo por uma chaminé, embora ainda tivesse o tamanho de um duende.
Pouco a pouco, ele começa a ficar mais alto e barrigudo, ganhar barba e bigode brancos e a aparecer no Pólo Norte, sempre acompanhado de seu onipresente charuto de barro. Por volta do final da década de 1920, um Santa Claus padrão, em um terno vermelho feito sob medida, estava emergindo do trabalho de N. C. Wyeth, do normando Rockwell e de outros ilustradores populares. 
E em 1931, Haddon Sundblom iniciou um trabalho de trinta e cinco anos de propagandas da Coca-Cola que popularizaram e estabeleceram definitivamente a imagem do “bom velhinho” como um ícone da cultura comercial contemporânea. Este sucesso comercial levou o norte-americano Santa Claus a ser exportado para o mundo todo, ameaçando superar, em popularidade, o St. Nicholas europeu, que manteve sua identidade como bispo e como santo cristão.
Foi uma longa viagem, desde o Bispo de Myra do século IV, que evidenciou sua obediência e devoção a Deus através de gestos extraordinários de bondade e generosidade, ao alegre e comercial Santa Claus da América de nossos dias.

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